Bric : Potências Emergentes

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De acordo com projecções demográficas, modelos de acumulação de capital e crescimento de produtividade, o Brasil, a Rússia, a Índia e a China, os chamados BRIC, reúnem as condições essenciais para vir a constituir a maior economia mundial dentro de 50 anos. Se a tendência de crescimento se mantiver, o grupo possuirá cerca de 40% da população mundial e juntos terão um PIB de mais de 85 triliões de dólares.

Dentro do grupo haverá uma clara divisão de funções, cabendo ao Brasil a produção de combustíveis renováveis e ecológicos, a exportação agropecuária e o fornecimento de matérias-primas. A Rússia ficará incutida de fornecer matéria-prima, mão-de--obra qualificada e tecnologia de ponta. Com uma mão-de-obra numerosa e profissionalizada e com um forte investimento em tecnologia, os negócios de serviços e as indústrias ficarão localizadas na Índia e na China. A Rússia, China e Índia são já superpotências militares.
Será no perfeito equilíbrio e na relação de complementaridade entre eles estabelecida que os BRIC poderão ter um poder inigualável, dando início a uma reunificação mundial. Porém, isto pode não ser possível, pois estes países são vulneráveis a conflitos internos, governos corruptos e revoluções populares.

BRASIL
O Brasil tem vindo a recuperar o seu ritmo de crescimento histórico destacando-se na economia do século XXI e obri-gando-nos a repensar a antiga designação de país de “terceiro mundo”.
A economia brasileira é a maior da América Latina e a 10ª maior do mundo (PIB PPC), sendo que o seu PIB se situava na ordem dos 797 milhões de dólares em 2005 (crescimento de 2.3 %). São diversas as actividades económico-industriais desenvolvidas, tais como a indústria mineira, petroquímica e o turismo.
O mercado brasileiro afirma-se como o maior do hemisfério sul, com exportação diversificada, desde produtos agrícolas a bens de valor agregado.
O Brasil encontra-se entre os 20 maiores exportadores mundiais, tendo vendido 118 biliões de produtos e serviços a outros países em 2005. Neste contexto é obrigatório salientar o desenvolvimento do Biodiesel, a respeito do qual, dentro de 20 ou 30 anos, o Brasil será a principal potência energética do mundo.
No plano político desenvolve-se a aliança China-Brasil no sentido de preservação da paz e segurança mundiais, do res-peito pelos princípios de autodeterminação e de não interferência nos assuntos internos de cada pais.
Torna-se, assim, cada vez mais inevitável a passagem do Brasil de um subpaís para um quarto pólo mundial.
*Andreia Balacó

RÚSSIA
Há menos de duas décadas, a Rússia era uma super potência político-económica à escala planetária. No entanto, aquando da extinção do regime soviético ocorrida em 1991, mergulhou numa profunda crise da qual recupera progressivamente.
Para além de ser em área o maior país do mundo e de gozar de uma excelente localização geográfica, a Rússia é o único país desenvolvido detentor de recursos energéticos à sua medida. A nível mundial, é o segundo maior produtor de petróleo e detém o monopólio das exportações de gás na Europa, sendo este um sector basilar para a sua economia. Possui ainda a segunda maior reserva de carvão e elevados depósitos de minerais como ferro, ouro e urânio. Paralelamente, domina um quarto da produção mundial de diamantes.
A par do solo extraordinariamente rico, tem um enorme potencial industrial em diversos ramos, destacando-se a produção de madeira e de maquinaria. A abundante mão-de-obra qualificada, aliada ao intenso desenvolvimento tecnológico-militar herdado da Guerra Fria, são mais-valias que, se apoiadas por uma política certeira, podem ser determinantes para o futuro do “gigante adormecido”. O cenário é optimista e está bem patente nos números que ditam um fabuloso crescimento do PIB da ordem dos 7% em 2006.
*Aline Frazão

íNDIA
Considerada a maior democracia do mundo, a Índia é o segundo país mais populoso do mundo, contando com uma classe média bastante significativa, tendo o seu crescimento impulsionado a expansão de diversos mercados.
Após a iniciativa de libe-ralização da economia por parte do Governo, a Índia registou um forte crescimento económico, uma vez que surgiu acompanhada de um alto investimento estrangeiro, redução de tarifas à importação, modernização do sector financeiro e, ainda, ajustes nas políticas fiscal e monetária. Estas alterações proporcionaram uma redução da taxa de inflação e um crescimento económico significativo. Assim, a Índia ostenta a invejável média de 6% de crescimento por ano, tendo mesmo atingido no ano passado a fantástica média de 8%.
A força da Índia, para além da economia, reside também nos seus pensadores, produto de um forte investimento na educação, desenvolvendo, assim, empresas de tecnologia de informação e um programa nuclear, também com fins militares.
Em ascensão no terreno da geopolítica, a Índia é considerada uma potência emergente, devido à sua numerosa população e ao crescimento económico e militar, influenciando os países vizinhos. E estima--se que em 2050 ocupe o 3º lugar no ranking das economias mundiais.
*Jacinto Delgado

CHINA
A China insurge-se como precursora da futura economia. O investimento empresarial deve-se à qualidade e produtividade da mão-de-obra, estabilidade económica e proximidade a mercados hegemónicos.
O crescimento económico deve-se às decisões governamentais que o fomentam. Em 2002, a China torna-se o primeiro beneficiário do Investimento Directo Estrangeiro. Prevê-se que em 2041 seja a primeira economia mundial, superando os EUA. O comércio entre UE e China duplicou em 1999. Actualmente é o segundo parceiro comercial da EU.
Imbatível nas exportações dos têxteis, começa a emancipar-se noutras áreas desafiando a supremacia da EU e EUA. Não obstante todos os aliciantes ao nível do mercado, subsistem conjunturas políticas e sociais duvidosas.
Existem alicerces que garantem os direitos humanos: a legislação rígida. Contudo, há uma negligência executiva, conivente com as indústrias que menosprezam os direitos laborais, si-tuação agudizada pela ausência de reprovação.
Assim, e contrariamente ao que pretende transparecer – uma China futurista – o que se verifica é um país descurado em assuntos prementes. A exploração laboral é sintomática das práticas da maioria das empresas e, concomitantemente, ilustrativa de um subdesenvolvimento indissociável.
*Catarina Soares

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